A genética permite a previsão dos resultados de acasalamentos de canários, favorecendo o canaricultor no planejamento científico de seu plantel.
O canário possui nove pares de macro-cromossomas, formados por muitos genes ou fatores, com as características de cada indivíduo. Num par de cromossoma existem dois zigotos referentes à cor.
Quando iguais o pássaro é homozigoto e quando diferentes heterozigoto. Existe sempre um fator dominante e outro recessivo. A cor do fator recessivo só se exterioriza nos exemplares homozigotos. São fatores dominantes: O intenso que domina o nevado e o mosaico; O mosaico em relação ao nevado; O amarelo quanto ao branco recessivo; O branco dominante que inibe o amarelo e o branco recessivo.
Há casos em que o gene da cor se localiza no cromossoma sexual e a transmissão da cor é sexo-ligada, sendo possível a determinação do sexo do filhote pela sua cor. Aplicando as Leis de Mendel, é possível saber previamente quais serão as cores dos filhotes de determinado casal, assim como fazer a escolha dos pares que formarão um casal, para se conseguir determinada cor de canário.
Genética e Cruzamento do Canário Belga
Na genética das aves, os machos possuem dois cromossomas sexuais de igual tamanho, designados pelas letras XX e as fêmeas só possuem um cromossoma X e outro menor ou inexistente Y, sendo portanto as fêmeas que determinam o sexo dos filhotes. Assim, num acasalamento o resultado será teoricamente de 50% machos e 50% fêmeas, conforme o seguinte esquema:

Todos os machos serão normais portadores de canela (XNO/XnO) e todas as fêmeas serão canelas (XnO/Y).
ACASALAMENTOS RECOMENDADOS (canários de cor)
A recomendação primordial é a de nunca acasalar canários lipocromos (linha clara) com melânicos (linha escura). Outras recomendações são a de acasalar:
1- intenso com nevado;
2- mosaico com mosaico;
3- marfim com marfim;
4- diluído com diluído;
5- recessivo c/ portador de recessivo;
6- fator vermelho c/ fator vermelho;
7- oxidado com oxidado.
Mutações ligadas ao sexo: Canela, Isabel, Marfim, Pastel, Acetinado e Asas-cinza. Acetinados devem ser acasalados com Canelas e Isabelinos. Pasteis acasalam-se, dentro das variedades e tipos, com melânicos clássicos. Asas-cinza acasalam-se com Asas-cinza, Verde Pastel, Azul Pastel ou Cobre Pastel.
Procure acasalar da seguinte forma:
Macho Puro X Fêmea
Normal Macho Puro X Fêmea Pura
Macho Portador X Fêmea Pura
Mutações autossômicas:
Feo, Opalino, Topázio, Eumo, Onix e Cobalto.
Feos devem ser acasalados com Canela, Verde, Azul ou Cobre. Opalinos com Opalinos ou, de preferência, com melânicos clássicos portadores de Opalino, respeitando sempre a variedade, tipo e categoria dos exemplares.
Os Topázios, Eumos, Onix e Cobalto são acasalados com seus pares ou com os melânicos clássicos, excetuando-se os Isabelinos. Pratica-se também o acasalamento de Onix com Opalino.
Acasalam-se estas mutações do seguinte modo:
Macho Puro X Fêmea
Normal Macho Puro X Fêmea Portadora
Macho Puro X Fêmea Pura
Macho Portador X Fêmea Pura
Macho Normal X Fêmea Pura
Quanto a mutação Urucum sugere-se o acasalamento sempre com portadores, para evitar problemas neurológicos. Não é aconselhável acasalar PORTADOR x PORTADOR e PORTADOR x NORMAL, pois não será possível identificar os filhotes normais que sejam portadores.
Nas mutações autossômicas machos e fêmeas podem ser portadores, enquanto que nas mutações ligadas ao sexo só os macho podem ser portadores, as fêmeas não.
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